
PSICANALIZANDO
"PAI"
SUPER HERÓI OU FANTASIA?

Dra. Sylvia Lopes

AINDA SOBRE O DIA DOS PAIS
Neste último domingo todo mundo que tem rede social presenciou de uma enxurrada de declarações de amor aos pais.
Nem de longe posso afirmar que tais declarações são mentirosas, mas tenho certeza de que são fantasiosas. São parte da nossa fantasia infantil da perfeição, do super herói. Tenho um spoiler de vida para dar para vocês: super heróis não existem. Sim, pasmem, nem o nosso pai é assim tão incrível!
Primeiramente, gostaria de esclarecer que ao usar a palavra pai estou na verdade me referindo àquela pessoa que exerce a função paterna, pode ser o próprio pai biológico, o padrasto, um tio, o avô e muitas vezes a própria mãe.
No consultório atendo mulheres ainda presas ao complexo de Édipo, apaixonadas pelo pai. Atendo outras traumatizadas por massacres psicológico por um pai opressor e moralizador. Outras vítimas de todo tipo de abuso físico de um pai agressivo.


Há desamor por toda parte nesta relação, o desamor proveniente do ódio resultante dos maus-tratos e há o desamor no endeusamento de um ser que merece ser amado e aceito como pai humano, com falhas e com inúmeras virtudes.
Superar os traumas, recalques e fantasias que nos acompanham desde a infância e encarar nossos pais como eles de fato são, com qualidades e defeitos, com suas trajetórias, biografias e sua influência sobre nós é o único caminho para uma vida mais madura, equilibrada e saudável.
E, quem sabe, se ousarmos encarar este desafio, possamos arriscar relações e histórias também mais maduras, equilibradas e saudáveis com nossos filhos.