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ENTREVISTA

 by Luiz Gustavo Alves

Tainan Pongeluppe

Com 28 anos, Tainan Pongeluppe, nascido em São Paulo, iniciou sua carreira de ator com a participação no espetáculo "Até Onde A Vista Alcança", texto de Reinaldo Santiago, que relata as relações humanas no interior de São Paulo, durante os anos de 1930. 

Seu amor pelo teatro surgiu quando presenciou pequenos espetáculos quando ainda criança.  Na época, qualquer apresentação artística, fosse de música ou teatro o deixava fascinado, o que fez despertar em Tainan o interesse pela arte. A partir daí, o até então jovem ator, com apenas 5 anos de idade, iniciou sua carreira artística,  e desde então não passou nenhum ano sem realizar algum tipo de apresentação.   

Com facilidade para interpretar diferentes personagens, o ator paulista formado pela Cia das Artes, tem se destacado pela sua expressividade e desenvoltura, e com sua facilidade com imitações e seu talento com canto.

Atualmente, Tainan faz parte do elenco do espetáculo “Francisco de Todos Nós”, dos mesmos produtores de “Há Dois Mil Anos”, em cartaz, em que o ator também marca presença no elenco.

Na lista de trabalhos realizados estão “Até Onde a Vista Alcança”, de Reinaldo Santiago; “O Mamembe”, de Arthur Azevedo; “Cala a Boca já Morreu”, de Luis Alberto de Abreu; “Das Águas do Pará”, de Jair Aguiar; “Francisco de Todos Nós”, de Gabriel Veiga Catellani e “Há Dois Mil Anos”, de Emmanuel (Psicografado por Chico Xavier e adaptado por Gabriel Veiga Catellani).

REF: Você pensava em ser ator?      

TP: Sim, sempre foi um sonho, desde criança, mas como não conhecia praticamente nada sobre o meio artístico, não imaginava, um dia, estar trabalhando como ator e tampouco estar dando uma entrevista como essa (risos). Ser ator não é fácil. Ser ator é encontrar no seu íntimo as características de cada personagem vivido, e a cada novo trabalho viver uma transformação. Você evolui, você muda constantemente, e tem que tomar cuidado para que não perca sua própria identidade. Ser ator é fascinante.

REF: Teatro, cinema ou TV, de qual você mais gosta? 

TP: Gosto muito do teatro pela adrenalina de estar frente a frente com o público. O cinema também me agrada bastante, mas é diferente, pois no filme você paralisa, não tem a questão da troca de energias com a plateia. No teatro cada dia é único, cada apresentação depende diretamente da aceitação do público.

REF: Qual o personagem mais marcante da sua carreira? Tem um de que você goste mais? Tem algum que se identifica mais com você?

TP: Tenho um grande amor por todos os personagens que já interpretei, mas Bernardo, um dos grandes amigos de Francisco (São Francisco), me marcou e me marca muito. Sua personalidade forte e seu carinho com o próximo através da caridade me fizeram aprender muito e me tornar uma pessoa melhor, sem dúvida.

REF: O que é viver no Brasil nos dias de hoje? Você gostaria de viver em outro país? Qual?                

TP: Viver no Brasil hoje em dia é enfrentar dificuldades de todos os tipos, mas também é aprender, e muito, com nossos erros e com os do nosso próximo. Infelizmente temos o hábito de julgar as pessoas, mas raramente nos colocamos no lugar delas para tentar entendê-las. Gosto muito do nosso país, temos a política que é colocada em xeque diariamente, mas isso não mata minha esperança de um futuro melhor. Viver em outro país? Pode ser, mas primeiro preciso conhecer o exterior (risos).

REF: Do que as mulheres são reféns hoje? Da baixa estima, do silicone ou da falta de emprego? Qual a sua visão disso? 

TP: Acredito que ainda são reféns do machismo e/ou preconceito, é certo que se tem diminuído bastante, mas ainda estamos muito longe do ideal, infelizmente. A mulher está conquistando espaço e igualdade na sociedade cada dia mais, e isso é muito bom, estamos aprendendo a dividir as tarefas, e não seguir estereótipos de gerações anteriores. Ah, o silicone? Se vai te fazer feliz, aprovado (risos).

REF: Existe muita cobrança para um padrão de forma física? Como você vê isso? Você envereda por esse caminho por si mesmo ou pelas cobranças que fazem?             

TP: Eu sou formado em Educação Física, tenho contato com muitos frequentadores de academia e pude perceber que hoje em dia as pessoas se aceitam muito mais com seus corpos do que antigamente. É certo também que a busca pela atividade física cresceu, mas atualmente bem mais pela saúde do que pela estética. Eu tento buscar sempre um equilíbrio entre corpo e mente, com hábitos e alimentações saudáveis, assim como a prática de exercícios físicos semanais.

REF: Como é a relação com seus familiares?               

TP: A melhor possível. Moro com meus pais, uma irmã, dois primos e uma cachorrinha linda e sapeca (risos). Claro que temos nossas divergências de opiniões, mas tentamos não deixar com que a harmonia do lar seja afetada. Somos uma família feliz.

 

REF: Eles te veem como uma pessoa diferente, ou acham normal a sua profissão e as restrições a que se sujeita?               

TP: Sempre tive o apoio de minha família. Às vezes não compreendem nossa agenda de compromissos, cobram um pouco mais de presença em casa, mas depois veem o resultado do esforço e comemoramos por mais um trabalho realizado (risos).

REF: Você sempre teve (ou tem) a sua vida exposta pela mídia? Se sim, isso o magoou?     

TP: Não, tenho grandes amigos que me acompanham e torcem por mim. Não sou nenhuma celebridade que gere interesse maior da mídia, mas acredito que a prudência cabe em todos os momentos, pois criamos laços por onde passamos e não gostaria que lembrassem de mim de uma forma negativa.

REF: Qual o balanço que faz dos seus 28 anos?          

TP: Bem vividos, com acertos e erros que me fizeram amadurecer e formar essa pessoa que busca espalhar sorrisos por onde passa. Sou feliz e espero viver muitas aventuras ainda.

REF: Aonde você busca reabastecer as suas forças, quando estas se gastam?           

TP: Na família, nos amigos e na prece. Creio que essa trilogia seja a base para um resgate das energias e recuperação das forças. Ah, a natureza ajuda bastante também.

 

REF: A ideia da “velhice” o incomoda?           

TP: Por enquanto não (risos). Às vezes tento me enxergar mais velho, com mais rugas, mas com mais sabedoria e aprendizado também, e fico otimista com meu futuro.

 

REF: Como você vê a instituição família nos dias de hoje?    TP: A base do ser humano. Há diversos tipos de família onde impera o amor, e temos que tomar cuidado para não perdermos os valores que essa instituição nos proporciona.

REF: O que você acha que a juventude ganha ou perde, hoje em dia, com relação aos tempos de seus pais?               

TP: Estamos na era digital. Isso é muito bom, mostra uma evolução tecnológica que ajuda muito as comunicações interpessoais, assim como a facilidade de conhecer um pouco mais do mundo sem sair de casa. Mas o cuidado também é necessário, não podemos perder o controle e nos tornarmos, como meu pai costuma dizer, escravos da máquina (risos).

BATE BOLA

Cor: Lilás.                                 Prato: Macarronada.

Mania: Ouvir música.           Medo: Ter que deixar o teatro.

Sonho: Viver da arte.             Paixão: Pela vida.

Ódio: Fraqueza.                     Fé: Acreditar.

 

Ídolo: Jim Carrey, Fernanda Montenegro.

Modelo de Vida: Comer, Amar, Sorrir.

Esperança: Por um mundo melhor.

Saudade: Dos meus queridos que já se foram.

Alegria: As palmas ao final de um trabalho.

Uma mensagem:

"Insista, persista, não desista... Vale a pena! (Luis Claudio Scarsoni)"

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